sábado, 30 de abril de 2011

Gosto...de mim

Às vezes a gente precisa de uma distância no tempo para que possa dizer coisas que no momento em que sentíamos, se fossem externadas como sentíamos, magoariam mais que qualquer coisa.
E é só agora, tanto tempo depois, que me sinto confortável pra dizer que cortar você da minha vida foi uma das decisões mais difíceis que já tomei. Não foi uma decisão inconseqüente, birrenta ou imatura. Eu só não suportava mais participar do jogo que ambos construíamos.
Nunca foi questão de viver algo definitivo. Mas algo de verdade. E meu doeu abrir mão do que eu mais queria, porque incríveis como éramos eu não aceitaria nada que fosse menos.
É que eu cansei do jogo. Cansei de tentar adivinhar pensamentos, sentimentos. Cansei de tentar ficar dando o tempo inteiro uma de "sou a mais poderosa do universo". Porque ninguém é. Nem você.
Eu sei que, do seu jeito torto, você também me amou. Mais sei que sequer conseguiu entender que tudo o que eu fiz, fiz porque também te amava, mas me amava mais.
Você nem tem a exata noção do que causou em mim, quando não contou o que eu saberia por terceiros, quando não me tratou com o respeito com que deveria ter tratado a amiga que eu era, quando fingiu que não percebia como me sentia ou o que estava acontecendo. Mas passou. E o que ficou, depois de tudo, foi um sentimento estranho de que me tornei melhor, mais inteira.
Gosto daquela mulher que surgiu daquela loucura toda. Gosto das escolhas, do gênio ruim.Gosto...de mim.

Texto de Elenita Rodrigues (Blog Serendipities)
Postagem: K. Alberti

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