quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ser amigo é alguém pra sempre 'guardar' no lado mais exposto da sua vida

Sempre tive uma enorme dificuldade de chamar alguém de amigo, de confiar meus medos, pedir ajuda e partilhar alegrias, dar colo e ser colo, ter alguém pra compartilhar momentos e lembranças. E aquele medo de criança no fim sempre se justificou, talvez, por sempre colocar expectativas demais, ou, simplesmente porque não era pra ser.
Ser amigo nos sonhos mais bonitos, sempre teve um peso encantando, aquela pessoa enviada como um anjo, que sempre está presente, mesmo na ausência; em atitudes, gestos e palavras. Que não vai concordar com você quando é a sua raiva que está à gritar atenção. Que não desaparece quando a vida lhe traz tantas alegrias, que você passa a se tornar, meramente descartável. Que adora falar, mais que também sabe escutar. Que vai mentir por você, e depois brigar por obrigá-la a mentir, mesmo sem se arrepender.
E sei bem, que quem consegue uma pessoa assim na vida, é dono de um dos maiores tesouros que existe.
Ser amigo não te torna um psicólogo mudo em tempo integral, nem uma pessoa sem opinião própria, com medos e receios do que dizer, ou pensar. Ser amigo não envolve demonstrações de amor desmedidas, e sim falta de travas na lingua, sinceridade, intimidade que te leva além, além das politicagens e eufemismo tão necessários em casos de camaradagem com colegas, ou como passou a ser generalizado, 'amigos'.
Ser amigo é adoção, é escolher um novo membro da família para se preocupar, brigar, contar e sentir falta. É ser alegria, tristeza, força e fraqueza. É ser grito e silêncio, é ser abraço, falta e saudade.
Ser amigo é alguém pra sempre 'guardar' no lado mais exposto da sua vida.

Kíscella Alberti

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