sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A gente cai muito quando tem correndo nas veias a sinceridade

Acho que todo mundo precisa de esconderijo. Não fujo, mas vezenquando me escondo porque preciso da minha paz, preciso ler minhas frases silenciosas. Palavra pra mim é a coisa mais séria e bonita que existe. Preciso delas ao meu lado, sublinhadas. Tenho esse lado infantil de correr para o colo da mãe, acender a luz do corredor e não caminhar no escuro. Gosto da luz, do mundo claro. Em compensação, amo noites e estrelas.
Esqueci de crescer em um aspecto: sou muito boa para quem eu gosto. Para esses, o mundo. Amo abraços, dar presentes, fazer agrados, segurar a mão, o coração, segurar a barra. Quando eu gosto me entrego demais. Quem eu levo comigo, entenda, levo no peito, num duplex com vista para o mar. Mas nem todo mundo é santo, muito menos eu. Sei ser suja e má: por favor, não pague para ver. O preço é alto, eu faço birra, bato o pé, fico de bico. Fica escrito na minha cara: eu gosto/não gosto de você – não sei disfarçar.
Sou franca e falo o que penso, deve ser por isso que vivo com os joelhos roxos. A gente cai muito quando tem correndo nas veias a sinceridade.


Clarissa Corrêa
Postagem: K. Alberti e J. Mendonça

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