sábado, 5 de maio de 2012

Faz até pior


 “— Ah, bem. Mas essa moça era meio doida, não era?
— Doida por quê, guri?
— Ih, esse negócio de beijar retrato é só doido que faz. 
Ela explicava, sorrindo — um sorriso diferente dos que costumava sorrir: 
— Não, gurizinho. Quando a gente gosta mesmo duma pessoa, a gente faz essas coisas. 
Calou um momento, depois acrescentou:
— Faz até pior.”

 Caio Fernando Abreu.

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